O Direito ao Mau Gosto
Uma das coisas que nunca pensei que um dia iria defender, é o direito de cada um exercer o seu mau gosto, pois é, a vida dá voltas...
Atualmente em qualquer conversa, uma das coisas mais chatas é a infinidade de opiniões querendo se sobrepor umas às outras, sintoma de épocas internéticas, onde de uma hora para outra todo mundo virou expert em tudo.
Nada contra experts, mas é um tal de todo mundo tentar lhe convencer que fulano é um bosta e deltrano é gênio, é cicrano é Deus, e quem pensa o contrário é um idiota, e é também tanta opinião influenciando antes que a gente veja qualquer coisa, que é dificílimo não seguir a onda e gostarmos de algo por nós mesmos.
O nosso mago imortal e picareta é praticamente execrado –com provável justa causa- em qualquer conversa literária, pela pobreza franciscana de seus textos. O número de pessoas que apontam seus defeitos, chega a ser proporcional ao e ao número de pessoas que conheço que leram (e olha que são os únicos livros que leram na vida) e gostaram.
A principal questão é: Estão erradas em gostar? Ou em até mesmo em tirar alguma lição daquilo tudo, por mais rasa que seja? Existe alguma regra absoluta sobre o que as pessoas devem gostar ou desgostar? E onde é que entra o tal do livre-arbítrio nesta história toda?
A própria fronteira do bom e do mal gosto costuma oscilar de época para época. Jim Morrisson já foi considerado um gênio das letras, hoje, cada vez mais é considerado um bêbado de botequim por muitos fãs de rock.
Jamais vou escrever loas querendo justificar que gostei por causa disto e daquilo e que na verdade a caça ao vampiro é uma metáfora da intransigência da sociedade contra o blá, blá, blá... ou esconder sob o prisma do gosto-porque-é-trash-e-não-deve-ser-levado-a-sério, besteira, gosto mesmo e não é porque é trash.
Entra aí o tal do direito ao mau gosto.
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