Revelação
300 estava no auge. Eu estava pra baixo.
Zapeava a televisão, fossa abissal, sabem como é, quando me deparo com um sujeito magro e desengonçado dando entrevista para MTV.
O tal sujeito me pareceu vagamente familiar. Vasculhando um pouco os arquivos inúteis de meu cérebro, não custei a identificar a aparição esquisita como Frank Miller.
Ele estava explicando a gênese de 300. Ainda estranho um pouco esta aura de, se não respeito, coisa cool que os quadrinhos adquiriram.
“antes de começar a escrever 300, fiz uma extensa pesquisa”, disparou ele.
Eu presto atenção.
Na tela Marina faz cara de aaaa-haaaannn...
Volta e meia eu também faço cara de aaaa-haaaannn.
Principalmente quando não estou interessado no assunto, mas ao mesmo tempo não quero passar por mal-educado.
“consultei vários autores de diferentes períodos históricos....e cheguei à uma conclusão...”
Revelação à vista. Me ajeito no sofá.
Suspense. Ele tomar ar. Faz pausa dramática.
“...desde o começo dos tempos... (faz cara de profundo, Marina faz cara de aaa-haaannn) o homem... mata... seu semelhante.”
Aaa-haaannn.
Baita pesquisa.
3 Comments:
hUEHuHEUheUHuehUheuhUHuHEe
Hohoho. O curioso é que ele baseou sua a obra inteira nessa reveladora conclusão( maldade...)!
Abraços
juno
Legal o fato de Miller ter feito tanta pesquisa, pra depois concluir que aquilo tudo não devia ser levado em conta se o objetivo afinal era apenas contar uma boa história. Hehe. Por isso 300 saiu cheio de incorreções históricas - e ele me pareceu não estar nem um pouco preocupado com isso.
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