domingo, janeiro 07, 2007

Arrowsmith



Nestas férias de ano-novo acabei assistindo ao blockbuster do ano, repleto daquela mistura rara de emoção, ação, inteligência, criatividade e efeitos especiais.
Pena que o tal blockbuster era apenas uma revista em quadrinhos chamada Arrowsmith, mas que seria o filme do ano em uma produção caprichada, isso é impossível não pensar.

Arrowsmith se passa em um mundo onde a magia é real e palpável, situada em 1915, em plena Primeira Guerra Mundial, onde balas e gás mostarda convivem com dragões, homúnculos, gárgulas e feiticeiros.
Um cenário que poderia render uma obra instigante ou um RPG meia-boca nas mãos de um roteirista nerd incompetente.
Felizmente estamos falando aqui de Kurt Busiek, nerd ele é, mas com um talento insuspeito para emocionar.

Aproveitando, faço os justos agradecimentos ao Bruno Jesus pelo empréstimo da dita obra, impedindo (ou apenas adiando) o sacrifício de 40 reais meus aos deuses do enterternimento.

Kurt Busiek é possivelmente um dos autores de mais subestimados dos últimos 15 anos. Para mim, ele geralmente fica no meio do caminho, suas obras tem grande idéias, mas sempre falta algo na realização, parecendo que ele não utiliza as idéias em todo seu potencial.
Mas coisas como Marvels e Identidade Secreta são simplesmente tocantes, ficando entre as melhores coisas que já li.
Voltando à Arrowsmith, a série conta com os desenhos de Carlos Pacheco, um dos melhores desenhistas de hq da atualidade, coisa que só colabora para a qualidade da edição.
É uma história sobre perda da inocência e crescimento durante a guerra. Você já leu e viu coisas iguais, mas Busiek e Pacheco fazem parte daquele seleto time de narradores que pegam uma velha história e consegue lhe apresentar tão maravilhosa como se fosse a primeira vez.

Fábio Ochôa