quinta-feira, julho 06, 2006

Bulgária Neles!

Quer induzir um desenhista ao suicídio? Dê a ele um roteiro repleto de cenas cotidianas, onde visualmente não acontece nada além do trivial que conhecemos do dia-a-dia.
Pronto. Você acabou de transformar uma das profissões mais divertidas do mundo em uma das mais torturantes e modorrenta, possivelmente perdendo só para auxiliar de contador e crítico de cinema russo.


Eduardo que o diga, que padece há quatro meses nas minhas mãos graças a um roteiro desses que passei para ele, onde mostra em detalhes o cotidiano de uma vilazinha amazônica encravada no meio do nada.
É bom ser mal volta e meia. BWA-HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAH (risada malévola treinada, para mais detalhes veja o post: Curso de Vilania Intensiva E-9, aqui neste mesmo blog).
Agora, se seu nome for Alex Maleev a coisa muda de figura.




Há quatro anos na revista Demolidor, em uma de suas melhores fases aliás, a revista anda contando com bons roteiros de Brian Michael Bendis, com tramas totalmente urbanas e pé-no-chão, quase nada de super-heróis de colante ou pancadaria e MUITO, mas MUITO diálogo em cada edição.
É um dos poucos gibis para leitores com mais de dois neurônios nas bancas.


O que seria um pesadelo de fazer nas mãos de qualquer desenhista, nas mãos do búlgaro Maleev virou um show de arte apresentado mês após mês, o que, além dos bons roteiros, é mais um dos motivos que me leva a comprar a revista todo mês.

Uma arte refinada, com muita influência do cinema e das xilogravuras, usando e abusando de recursos computadorizados e fotografias, sempre com muito bom gosto, nos criando um clima mais urbano impossível.




Nas páginas de Demolidor parece que REALMENTE estamos andando por Nova Iorque, com toda as sujeiras e mazelas que a cidade exibe.

Mas pra que ficar aqui descrevendo se vocês mesmo podem ver?

É só clicar nas figuras.

Fábio Ochôa