sábado, março 03, 2007

Piratices de Carnaval




O carnaval tá aí, com toda a cota anual de barulheira, bebedeira, mau-gosto e bêbados urinando na porta de sua casa! É a festa do povo! Ê vidão!



Como se não me bastassem os 4 dias de folia, ainda fico sozinho e sem dinheiro, para deixar o meu buraco ainda mais embaixo! Ê skindô! Skindô! Coisa bonita, gente!



Não teve jeito. Meu sumiço de 4 dias do mundo exterior teve que ser via classe econômica mesmo. DVD’s locados, atualizar a leitura da pilha de livros e revistas que não pára de crescer, tocar projetos atrasados e estocar todo tipo de porcaria que um ser humano possa comer! É festa gente! Ê bundalelê! Skindô! Skindô! Coisa linda!



Acabei pegando três filmes sobre piratas. Não foi proposital.



Notei a coincidência quando cheguei em casa, isso pode significar duas coisas: que a sincronicidade existe e que meus níveis de distração estão ficando alarmantes.
Bumbum praticumbum ziriguidum! O nosso samba minha gente é esse aí! Olê! Olá!
Vamos aos filmes então:



Piratas do Caribe 2-



Eu estava disposto a falar mal do filme. A dizer que o sucesso estragou a franquia, que os personagens e o roteiro não estão tão fluídos e naturais quanto no anterior, que a história apresenta rombos abissais de lógica e blá,blá,blá... porém, depois de ver a cara da Sheira Knightley pasma vendo três piratas duelando em cima de uma roda de moinho girando pela floresta, desisti de qualquer crítica.
Piratas do Caribe é divertido pra cacete. Ponto final. É o Indiana Jones desta geração atual e vai deixar saudades.
Três garrafas de rum para eles, pelas risadas garantidas.



Piratas-
Filme do Roman Polanski feito na fase em que ele já não apitava tanto.
Filme bem distante dos seus melhores momentos, como o Bebê de Rosemary, Dança dos Vampiros, O Inquilino, etc, etc, etc... mas também muito melhor que bombas como Lua de Fel e Busca Frenética.
Piratas é divertido por extrapolar todos os limites da grosseria e sujeira humana em celulóide, neste quesito só perde para Feios, Sujos e Malvados, clássico do Ettore Scola, feio, sujo e malvado até no nome, só faltou o genial para completar.
Mas Piratas não fica muito atrás.
Walter Matthau como o sacana, perverso, porco e azarado Capitão Red rouba a cena cada vez que aparece –felizmente ele aparece o filme inteiro – e esqueçam Keith Richards, Capitão Red sim é o verdadeiro pai de Jack Sparrow.
Leva três garrafas de rum pela diversão garantida – desde que você tenha espírito e estômago de porco, claro – e mais um pernil, senão o Capitão Red morde meu pé.
Recomendado.



A última piratice foi Hook- A volta do Capitão Gancho, de Steven Spielberg. Grande filme, embora bem longe do potencial do diretor.
O grande trunfo acaba sendo a história, bonita e criativa, em vez da direção, que erra feio a mão em vários momentos e acaba caindo em um sentimentalismo artificial e barato.
Ainda assim, é um filme de Spielberg e ele pertence àquela raça rara de diretores como Stanley Kubrick e Martin Scorcese, que até em momentos menos inspirados são sempre cinema acima da média.
E Dustin Hoffman está perfeito como Capitão Gancho.
Bom filme que teve potencial para ser obra-prima. Leva duas garrafas de rum e meia, e sem álcool porque o filme é do Spielberg.



E para finalizar, ainda vi alguns episódios perdidos de Lost, primeira temporada.
Se passa em uma ilha e o DVD era pirata.
Vinte e oito garrafas de rum para quem me revelar os segredos daquela ilhota ma-ca-bra.



Fábio Ochôa