segunda-feira, julho 31, 2006

Cássius

Cássius Souza é um domador de zumbis, profissão única no mundo.
Sabe os filmes de zumbis que você vê em hollywood? Pois é, é ele que treina os zumbis e os ensina truques para estes filmes.

Desde equilibrar bolas no nariz, saltar e dar cambalhotas por peixe fresco, fingir de morto (coisa que eles fazem muito bem, aliás), rolar na grama e correr atrás de cérebros frescos (todo zumbi é vegetariano, embora pouca gente saiba disso, na verdade os cérebros cenográficos não passam de couve-flor) tudo é ensinado por Cássius, na sua estância em Capão do Leão.

Cássius é um senhor pacato, magro, de rosto sereno e joelhos que dobram para frente, aparência jovial, quando questionado sobre sua idade apenas sorri e desconversa.
Simpático, sempre pronto para dar uma explicação sobre seu trabalho, Cássius Souza é um homem feliz com o que faz.

Passeando com os zumbis no campo, enquanto eles se distraem querendo pegar uma borboleta ou mosca que passa, Cássius sorri, e comenta com este reporter sobre sua insólita profissão:
"bem, eles não tem lá um papo muito genial, é verdade, mas acredite, são ótimos ouvintes".
Em seguida, ele corre para auxiliar mais um dos seus zumbis treinados, que procura o nariz que perdeu ao coçar com o dedo.

Este é Cássius Souza, o homem, a lenda imortal, se seu zumbi em casa estiver incomodando, fazendo sujeira pela casa, já sabe aonde levá-lo.
Hollywood, pelo visto, também.

Fábio Ochôa (retirado da wikipedia)

sexta-feira, julho 21, 2006

A Árvore Bizarra

A árvore cresceu ao longo dos anos em meu quarto sem eu perceber.

Foi um crescimento caótico e desatento da minha parte. De maneira alguma estudado e estruturado, sempre tive noção da sua existência, embora nunca tivesse me dedicado a estudar seu crescimento ou mesmo lançar um eventual olhar crítico à ela.

Seu tronco alternava o branco e o amarelo, era formado por milhares de páginas, seus frutos eram histórias. Frutos de sabores diversificados e universais: havia o doce constrangedor, alegria eufórica e levemente maluca, melancolia pedante adolescente, aspiração juvenil... e havia –como em toda árvore que se preze- suas folhas.
Todas elas, cada folha, repleta de tinta, desenhos e caracteres, palavras e sentenças.

A árvore cresceu demais ao longo dos anos. Se empoleirava por cima do meu guarda-roupa, ameaçando desabar com seu peso e quebrar meu pescoço.
Um dia ocioso optei pelo mais sensato... baixar uma década de desenhos e textos desordenados de cima deste mesmo guarda-roupas e organizar todos eles.
Tarefa necessária, da qual eu me esquivava à anos.

A quantidade me surpreendeu. Eram cerca de 1.500 páginas de desenhos, ilustrações e quadrinhos produzidos e cerca de 1.200 páginas de manuscritos, formando histórias, resenhas, observações humanas, teorias artísticas...
Fábio David Ochôa, 1993-2006... era esta a pessoa que viveu, morreu e foi eternamente sepultada naquelas milhares de páginas.

De uma certa maneira, rever aquelas páginas depois de tantos anos é um estranho registro de duas vidas... das histórias da minha vida "civil" (e foram várias) e das histórias imaginárias que esta vida civil alimentava.
Através de cada história era possível puxar o fio da existência e saber que motivos levaram a contá-la.

Não sei quando exatamente quando começou esta minha obsessão particular com histórias, em contá-las e coletá-las. Não existe um ponto zero reconhecível, talvez seja algo que simplesmente sempre esteve escrito no meu código genético.

Se por um lado todas as sociedades humanas tiveram seus assassinos, elas também tiveram seus contadores de histórias. Há dois mil anos rabiscaria figuras na areia e grunhiria algo ao redor de uma fogueira, hoje desenho em árvores mortas e martelo as teclas de um computador. A despeito de tudo isso, a função primordial não mudou.
O papel ainda é o mesmo. A função desempenhada também.

Somos feitos de histórias. As histórias que as pessoas contam a nosso respeito são o que nos definem para elas.
Sob um certo ponto de vista a nossa própria vida é uma história.
Somos seis bilhões de histórias neste planeta. Milhares de primeiros capítulos nascendo a cada dia, centenas de livros tendo sua página digitada em carne e atos, em choros e risadas à cada dia.
Fora de nós não há histórias. Apenas a raça humana possui histórias.
Talvez por isso sejamos animais tão centrados e interessantes.

Eu conto histórias, é isto que me define. Corte minha pele e em vez de sangue sairá letras.
Palavras e sentenças escarlates a se acumular pelo chão.
Isto é o que fiz. O que sempre fiz.

Minhas idéias nunca paravam. Sempre fui arrebatado por elas. Frases e conclusões quem vêm à minha mente mais rápido do que possa escrever ou falar, se acumulando, empilhando-se umas às outras, surgindo e desaparecendo na mesma velocidade. Eu não me interesso pelas coisas e pessoas. Eu explodo nelas. Arremessando-me para mais direções do que poderia dar conta.

Tantas coisas. Tantos interesses. Vidas imaginadas.
Linhas digitadas ou desenhadas que corriam em tantas direções.
Ao mesmo tempo.

Fábio Ochôa

Odyr Bernardis



Aqui algumas amostras de um quadrinista pelotense que gosto bastante, Odyr Bernardis, já velho conhecido de quem lê o Diário Popular.

Odyr é um dos quadrinistas mais singulares e completos que tive a honra de conhecer.
Seus textos nunca são fáceis, destilando uma sutileza e complexidade singular, seu traço é simples, direto, belo e bem-resolvido.
O que aliás, apesar de aparentemente simples quando se olha, é algo difícil pra caraio de se obter.
Eu que o diga, que ainda labuto atrás disto, da arte-final concisa e perfeita.

O site dele, ainda que infelizmente aparentemente abandonado odyr.tripod.com

Com certeza vale a pena conferir.

Fábio Ochôa

quarta-feira, julho 19, 2006

Diário de César


Este é um dos blogs que tem feito experimentos com quadrinhos na rede com resultados bastante interessantes.

Fica aí o texto de divulgação e recomendado:

"-Você é normal?

Esse é um questionamento muito comum, ao qual os mais sagazes costumam responder com outra pergunta:

-O que é ser normal?

Aí a coisa complica.Vlad Drakov (Drácula) acreditava quem empalar pessoas durante o almoço era uma forma de entretenimento normal e saudável.No império romano, era normal que um homem de meia-idade da alta classe tivesse casos amorosos com garotos de quatorze anos.
Hoje em dia, muitos querem se destacar da massa, tentando se afastar ao máximo do "homem comum", sendo isso também uma forma de conduta.
César é um personagem normal, e sabe disso.Sabe que é normal...E sabe que é um personagem! Ser um personagem "normal" inclui conversar com objetos inanimados, discutir com o desenhista e ter um mundo próprio (em outras histórias, muitos personagens usam cuecas por cima das calças e isso e perfeitamente normal.)
O Diário de César é um misto de histórias em quadrinhos e crônicas relatando a vida desse "personagem normal", se utilizando muitas vezes de situações surreais no intuito que fazer uma síntese piegas da mente ordinária.
O blog, diariodecesar.weblogger.terra.com.br trará novidades toda semana, alternando entre textos e histórias em quadrinhos. Desenhos de Rafael Pereira e roteiro de Luís Lacerda. "

Fábio Ochôa

sábado, julho 15, 2006

Raça em Extinção?

Dia destes estava vendo na televisão um dueto raro: Frank Sinatra e Elvis Presley.
Obviamente, parei o que estava fazendo para assistir.
Sou fã assumido dos dois, curiosamente, nunca dei bola alguma para eles, indo somente descobrir de maneira mais detalhada o trabalho e a discografia de ambos de uns dois anos para cá.
E a cada música que conhecia, a admiração crescia.
Pois bem, vendo ali ambos cantarem, me ocorreu uma coisa... não existem mais astros como antigamente. Fato mesmo.
Na verdade talvez o que possamos dizer é que não existe mais pessoas de verdade.

Pode ser mero xiitismo meu, mas cada ídolo novo que vejo surgir, parece já vir pronto em uma embalagem bonitinha com rótulo e preço carimbado na testa... o bom-moço, o bad guy, o proto-punk depressivo, a gostosa provocante, etc, etc, etc, se eu estivesse falando apenas destas coisas escancaradamente pré-fabricadas que tem por aí, tudo bem, estaria apenas chutando cachorro morto... mas este mesmo estigma atinge até mesmo pessoas de talento como Radiohead por exemplo... bons músicos comprovados, mas falta aquela coisa à mais, aquele carisma e personalidade indiscutíveis que pessoas como Jack Nicholson, Lennon e Sinatra tinham.
Hoje em dia tudo parece tão impessoal, até nossas reações à estes "fenômenos" de mídia.
O pior é quando esta, digamos, falta de personalidade, começa a vazar para a vida real.

Pense bem, quantas pessoas decididamente especiais você conhece?
Quantas te surpreendem?
Quantas realmente são alguma coisa? Fazem alguma coisa?
Compare com quantas tão iguais, tão fáceis de colocar em gavetas classificatórias...
O que define uma pessoa especial? Não sei. Talvez isto esteja ligado ao quanto de inovação e emoção que ela traga à vida.
É apenas uma especulação vazia.

O fato é que Lennon era John Lennon, Sinatra era Sinatra e Elvis era Elvis, Brando era Brando, etc, o sucesso de ambos, independente dos seus (imensos) talentos individuais, dependia em grande parte das suas personalidades carismáticas.
As pessoas Elvis, Lennon eram tão interessantes quanto os artistas.

No fim das contas, fica o fato: não existe mais ídolos como antigamente e fica a dúvida sobre qual foi a fórmula perdida.
Humanidade? No melhor e no pior sentido da palavra?

Este ficou parecendo papo de boteco...

Fábio Ochôa

quinta-feira, julho 13, 2006

O Beatle Ruivo de 1.000 A.C.

"Grande Krypton! Jimmy começou uma beatlemania aqui no passado. Ele é mais popular que Ringo!"

Agora é oficial: minha sanidade acabou de vazar pelos poros.
Nenhuma idéia que eu tenha, para história alguma nos meus próximos 50 anos será tão doida quanto o "Beatle ruivo de 1.000 A.C.", nenhuma, nenhuma. É triste admitir derrota, mas é isto!

Malditos desenhistas hippies sujos sessentistas!

Fábio Ochôa

quarta-feira, julho 12, 2006

Batmacaco

Mostrando que não foi só o Superman que passou por N situações ultrajantes nos anos 60, Batman surge aqui com seu ajudante... o Bat-macaco!

Além do fato nonsense por sí só de algum vigilante ter um parceiro macaco, me pergunto o que leva este mesmo símio a usar máscara?
É para as pessoas não saberem que ele é um macaco?
Macacos também tem identidade secreta?

Fábio Ochôa

Super-ié-ié-ié

Cada vez que eu penso em parar de postar capas toscas dos anos 60 por aqui, me surge outra tão ridícula e inimaginável que praticamente implora por sua postagem aqui.

O que dizer de "Mais frenético que os Beatles!Mais eletrizante que Elvis! Veja Superman agitar com o Balanço Kryptoniano!"?
Esta eu daria DOIS dedos para ler.

Observando com atenção a expressão facial e corporal do herói eu me pergunto se ele não está usando substâncias ilegais nas horas vagas.

Fábio Ochôa

terça-feira, julho 11, 2006

Droga!!! Eu Não Consigo Parar!!!

Droga!!! Cada vez que eu penso em não postar mais capas toscas, acabo descobrindo outra tão hilariante, absurda e despropositada que me sinto como um criminoso se não compartilhá-la com o pessoal.

O que dizer desta agora? Observe Lois Lane com uma espécie...de...ahn, cofrinho na cabeça para ocultar seu segredo de Superman.

Malditos gibis anos 60!!! Parem com suas idéias toscas e me deixem voltar à programação normal do blog!!!

segunda-feira, julho 10, 2006

E Então o Fim...

Esta aqui foi a última ilustração feita para a revista Biopop.
Eu estava trabalhando na montagem do infográfico no qual ela fazia parte quando recebi o telefonema.
Por questões políticas a verba da revista estava cortada.
Era isto. Repentinamente a revista estava acabada. Ponto factual.
E com ela todos os planos que vinham se desenvolvendo.

Foi com uma calma estranha, que recebi a notícia por telefone.
Após falar o que parecia adequado na situação, voltei para o meu computador. A ilustração montada ainda me esperava, semi-acabada.
Por aquelas reações que nunca esperamos, em vez de deletar o arquivo apenas fiz outro café e passei outra uma hora concluindo a ilustração até o fim, sem pensar em mais nada.
Por algum motivo curioso, apesar do fim da revista, deixar o trabalho inacabado me pareceu inaceitável. Independente da sua publicação ou não, ele não poderia ficar pela metade.
Após o gráfico concluído só então me pareceu que finalmente a revista havia acabado.

Nos momentos críticos, alguns segundos antes das bombas estourarem ou sempre que alguma decisão importante tem que ser tomada, parece que para mim todas as emoções se esvaziam.
Fico acometido de uma calma e uma racionalidade tão grande que chega a beirar a apatia. Pesando pontos e atitudes a serem tomadas como se elas fossem referentes à vida de outra pessoa e não à minha, como se estivesse decidindo qual o melhor rumo para algum personagem que estivesse escrevendo.
É uma das reações à crises mais incomuns que já vi.
Nunca encontrei ninguém que tivesse um processo semelhante.
Imagino que quando eu morrer as indústrias farmacêuticas de anti-depressivos vão disputar à tapa o meu corpo.
E assim mais uma página virada no livro da vida.

O que reserva as próximas semanas? Novos personagens, novas histórias, novos rumos.
E a busca de um novo emprego.

Bem ou mal, fica um conselho aprendido: nas horas de crise, nunca pare. O mundo não pára. A vida não pára. Mantenha-se sempre em movimento.
Em movimento nada pode atingir você.

Bem, as coisas poderiam ser piores. Eu poderia ser amigo de Superman (ver alguns posts abaixo).

Fábio Ochôa

Super-ilha Secreta

Sim, vendo esta capa, aparentemente Superman tem uma ilha secreta com o formato do corpo dele.

E como diabos ele espera que isto NÃO CHAME a atenção?

Macacos me mordam!

Fábio Ochôa

Supermaia?

Achava mais legal quando ele usava o chapéu de papa (ver alguns posts abaixo).

Fábio Ochôa

domingo, julho 09, 2006

Homenagem a Schulz


Encontrei esta aqui fuçando aleatóriamente na internet.

Não sei o nome do autor, mas se alguém pudesse me informar, agradeceria.

Singela.

Fábio Ochôa

Supercretinices Forever

Seguindo sua carreira de supercretinices, aqui o homem de aço avacalha o pobre Robin.

Se tem uma coisa verdadeiramente impagável nesta imagem é a cara de "quem? eu?" que ele faz.

Ah, e só para lembrar, Robin NÃO É gay, ao contrário do que todos falam.
Mas seu namorado é.

Fábio Ochôa

Supersacanagem

Superman é um crápula! Estou dizendo!

Vejam aqui, arrebentando as paredes da Batcaverna apenas para mostrar aos reportéres os segredos Batman.

Com um amigo que nem esse quem precisa de inimigos?

Que crápula!

Fábio Ochôa

Superman é um Cretino

Apenas confirmando minha tese que Superman é um crápula, olhe esta capa.

Repare em tudo que está acontecendo atrás dele enquanto ele anda por aí, indiferente e serelepe com Lois Lane.

Cacete, que cretino!

Fábio Ochôa

Taras S.A

Que entre quatro paredes ninguém sabe o que se passa, isso já é público e notório. Mas tem gente que extrapola este conceito.

Um campo que para mim, nos seus casos extremados sempre passeia do grotesco ao profundamente engraçado, é o das taras humanas.

E quando eu digo taras, não estou querendo dizer fixação por pés, mulheres asiáticas etc, etc, isto aí é fichinha! Estou querendo dizer coisas que quase me fazem rolar de rir e me perguntar como diabos alguém descobriu isto? Ou que tipo de mente desocupada resolveu montar este negócio!

Uma destas taras singulares, que nunca esqueci, se passa em um clube do fetiche no Japão (onde mais? Onde mais?) no qual os participantes, pagavam, entravam...e...hã...bem...hum... vestiam uma roupa de ursinho de pelúcia -e quero dizer ursinho de pelúcia MESMO- fantasias gigantescas tipo Ursinho Pooh, daquelas que você vê em comemorações infantis, sem nenhuma parte anatômica minimamente "palpável" e –atentem para a cereja do bolo- já que as fantasias eram grandes e pesadas, para diferenciar o sexo dos fantasiados, os digamos, ursinhos fêmeas, vestiam um imenso sutiã por cima da fantasia. Feito isso, a ursalhada se danava a roçar uns nos outros até cansar.
Deve ter algum erotismo MUITO grande por trás disto, mas juro que não percebi qual é.

Outro clube -não por acaso no Japão, o país do mundo onde existem lojas que vendem calcinhas usadas de colegiais- simula situações de assédios sexuais.
Mas não da forma que você deva estar pensando.
Você entra, paga, chega em uma sala, existe uma secretária, você simula ser o chefe, chega nela, dá a proposta indecente, toma um não, dá outra, toma outro não, dá outra, toma outro não e quando você chega no pico de prazer (deve existir algum em tanta rejeição) faz uma cara de "oooooh gostei" e vai embora.
País de primeiro mundo é outra coisa. Por que tomar um não de graça na rua se você pode pagar por ele?

E tem também a nova moda no mundo dos fetiches, o top de linha, a última novidade, tcham tcham... pessoas que sentam em bexigas de balões até estourá-las!!!
O maior sucesso em aniversários infantis.

Visto tudo isto, não adianta, ainda acho a raça humana uma grande idéia, pena que falhou na execução.

Fábio Ochôa

Supercretinos

Depois de mais de 60 anos de gibis, filmes e seriados apregoando a imagem de bons rapazes, a verdade gradualmente vem à tona...Superman e Batman são dois cretinos!

Se duvidam, olhem esta capa de gibi, não sei o que é mais divertido, a situação ridícula em sí ou a absoluta cara de sacanas que eles fazem enquanto Robin padece.

Fábio Ochôa

sábado, julho 08, 2006

Eu Daria um Dedo para Ler Isso

O nome do post já diz tudo.

Eu daria meu mindinho para ler esta história.
Possivelmente depois me candidataria à presidente.

Alguém chegou a reparar no charmoso, digamos, "chapéu" de Superman?

Fábio Ochôa

Papamóvel

Outra das minhas capas bisonhas favoritas.

Aparentemente qualquer mulher que casar com Superman terá que andar por aí confinada em um papamóvel para se proteger dos inimigos do marido.

Será que isto também vai aparecer no novo filme?

Fábio Ochôa

Superpapa

Uma das minhas capas bizonhas favoritas.

Ainda estou na dúvida sobre o que que é melhor: O chapéu de papa de Superman ou a bandeira do reino dele ser aparentemente sua camisa usada enrolada?

Fábio Ochôa

sexta-feira, julho 07, 2006

O Adeus de Charlie Brown


Foi com uma tristeza autêntica que eu vi esta tira. E isto é raro.

Esta foi a última tira publicada de Snoopy (ou Minduim ou Charlie Brown ou Peanutz, escolham o que melhor lhes convir), na ocasião, Charles Schuz seu criador estava gravemente enfermo, enfrentando um câncer terminal.
Schulz sabia que não tinha muito tempo de vida quando produziu ela.
O que estamos vendo aqui não foi apenas mais uma piada dominical, mas sim um homem se despedindo de seus personagens, de seus leitores (eu incluso), de seu trabalho.
De sua vida.
Foi um adeus ao mesmo tempo doce e melancólico, como só ele sabia fazer.
Um adeus fiel ao estilo de trabalho que ele desenvolveu ao longo de 35 anos.
Quando eu soube disso por alguns momentos realmente me deu vontade de chorar.

Snoopy (ou Charlie Brown, ou Minduim, ou Peanuts, enfim) foi uma tira que sempre me chamou atenção, mostrando o dia-a-dia do fracassado crônico Charlie Brown, seu cão beagle Snoopy (verdadeira coqueluche merchandising dos anos 70 e 80) e os amigos que orbitavam ao seu redor, Lucy, Linus, Scroeder, Marcie, Sally, entre outros.

A tira de traços simples e enganosamente infantis sempre foi marcada por uma melancolia amarga e serena. Suas piadas raramente me faziam rir, mas trazia sempre um sorriso sincero em quem tinha coração. Ler Peanuts era como relembrar um tempo que se foi. Uma nostalgia infinita.
Era como olhar para si mesmo à anos atrás.
Um sentimento incerto, quase impossível de colocar em palavras exatas.
Possuíam uma beleza, ainda que melancólica.
Uma singelez amarga.

Me lembrar de Charlie Brown, o bom perdedor, é sentir estas emoções, é me lembrar de amigos que nunca mais vi, me lembrar de uma infância a cada ano mais distante e idealizada, é me lembrar do time de baseball eternamente perdedor, me lembrar do cãozinho que voa em sua casa, transformado no Barão Vermelho, é me lembrar da paixão recolhida à distância e nunca declarada pela menininha ruiva (quem nunca teve uma paixão por uma "menininha ruiva" que atire à primeira pedra).
É me lembrar da minha vida.

Este ótimo blog aqui abaixo, foi encontrado por acaso na internet tem as tiras iniciais de Peanuts traduzidas, quem quiser se aventurar, é uma ótima leitura.
http://tiras-snoopy.blogspot.com/

Fábio Ochôa

quinta-feira, julho 06, 2006

Bulgária Neles!

Quer induzir um desenhista ao suicídio? Dê a ele um roteiro repleto de cenas cotidianas, onde visualmente não acontece nada além do trivial que conhecemos do dia-a-dia.
Pronto. Você acabou de transformar uma das profissões mais divertidas do mundo em uma das mais torturantes e modorrenta, possivelmente perdendo só para auxiliar de contador e crítico de cinema russo.


Eduardo que o diga, que padece há quatro meses nas minhas mãos graças a um roteiro desses que passei para ele, onde mostra em detalhes o cotidiano de uma vilazinha amazônica encravada no meio do nada.
É bom ser mal volta e meia. BWA-HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAH (risada malévola treinada, para mais detalhes veja o post: Curso de Vilania Intensiva E-9, aqui neste mesmo blog).
Agora, se seu nome for Alex Maleev a coisa muda de figura.




Há quatro anos na revista Demolidor, em uma de suas melhores fases aliás, a revista anda contando com bons roteiros de Brian Michael Bendis, com tramas totalmente urbanas e pé-no-chão, quase nada de super-heróis de colante ou pancadaria e MUITO, mas MUITO diálogo em cada edição.
É um dos poucos gibis para leitores com mais de dois neurônios nas bancas.


O que seria um pesadelo de fazer nas mãos de qualquer desenhista, nas mãos do búlgaro Maleev virou um show de arte apresentado mês após mês, o que, além dos bons roteiros, é mais um dos motivos que me leva a comprar a revista todo mês.

Uma arte refinada, com muita influência do cinema e das xilogravuras, usando e abusando de recursos computadorizados e fotografias, sempre com muito bom gosto, nos criando um clima mais urbano impossível.




Nas páginas de Demolidor parece que REALMENTE estamos andando por Nova Iorque, com toda as sujeiras e mazelas que a cidade exibe.

Mas pra que ficar aqui descrevendo se vocês mesmo podem ver?

É só clicar nas figuras.

Fábio Ochôa

Páginas de Helsing




Mais três páginas inacabadas do miolo interno de Van Helsing.
Elas foram usadas para testes de ritmo narrativo e cor, principalmente dos personagens principais.

Algumas, como a página 2 estão bastante cruas, outras, razoavelmente detalhadas.
Clique nas imagens para ampliar.

Estou com poucas palavras hoje. Dia longo.

Desenhos meu e de Augusto. Cores minhas.

Fábio Ochôa